iPhone o objeto de desejo e status social


Frenesi entre os fâs do iPhone

O lançamento do iPhone 15, como aconteceu com todos os modelos anteriores, causou uma grande empolgação entre os fãs e até mesmo entre aqueles que não usam os produtos da Apple. Há 16 anos, os smartphones da empresa de Cupertino vêm cativando entusiastas da tecnologia, e neste ponto, já está claro que eles não são apenas objetos de desejo, mas também símbolos de status.

Essa afirmação não se baseia em mera suposição ou exagero, pois pesquisas conduzidas por instituições e universidades respeitáveis comprovam que possuir um dispositivo com o icônico logotipo da maçã é mais do que simplesmente fazer chamadas telefônicas e acessar a internet. No entanto, antes de explorar as razões para esse fascínio generalizado, é importante traçar um breve histórico desse cobiçado dispositivo.

Inicialmente, os smartphones eram usados principalmente para chamadas telefônicas e mensagens de texto. No entanto, ao longo do tempo, os aparelhos começaram a encolher os computadores e a colocá-los nos bolsos dos usuários. Embora outros modelos tenham surgido antes, foi o iPhone, lançado no final de junho de 2007, que verdadeiramente revolucionou o conceito de telefones móveis. A primeira versão foi descrita como “um iPod, um telefone e um dispositivo de comunicação pela internet”.

O anúncio do primeiro iPhone

O histórico anúncio do primeiro iPhone, realizado por Steve Jobs, ocorreu em 29 de junho de 2007. Embora o modelo inicial possa parecer simples em comparação com o iPhone 15, com sua tela de 3,5 polegadas, câmera de 2 MP e 16 GB de armazenamento, na época era considerado o auge da tecnologia. Ao longo dos anos, o dispositivo continuou a evoluir constantemente. Em 2008, o segundo modelo, o iPhone 3G, introduziu recursos como GPS e suporte à rede 3G.

Outro marco importante foi a introdução da App Store, que hoje abriga mais de 2 milhões de aplicativos. A cada ano, novidades significativas foram incorporadas, desde a tela maior no iPhone 5 até a introdução do Touch ID no iPhone 5S.

O que era um lançamento anual de um único aparelho acabou se transformando em uma linha diversificada, como a conhecemos hoje, com a chegada do iPhone 6 e sua versão Plus. Quando a Apple completou uma década desde o lançamento do iPhone original, apresentou o iPhone X, que trouxe uma revolução com o reconhecimento facial Face ID. Ano após ano, as inovações continuam a atrair mais usuários para o ecossistema Apple.

O marketing construiu o status do iPhone

O papel do marketing na construção do status do iPhone é indiscutível. Embora a Apple não tenha sido a pioneira em tecnologia de tela sensível ao toque ou na capacidade de baixar aplicativos, ela se destacou ao oferecer uma sensação de exclusividade e elegância. Anunciar um novo modelo a cada ano, mesmo com alterações relativamente pequenas, por preços elevados, faz com que os consumidores percebam o novo iPhone como “o melhor” disponível no momento.

Em relação ao status associado ao iPhone, pesquisas do National Bureau of Economic Research revelam que nenhuma outra marca sugere a pertença à categoria de “alta renda” como a Apple. Em números, a probabilidade de alguém que possui um iPhone pertencer a uma classe de alta renda é de 69,1%. Vale ressaltar que, embora a amostra da pesquisa seja limitada, com apenas 6.394 entrevistados em comparação com os 2 bilhões de iPhones vendidos, isso não diminui a credibilidade das conclusões, pois utilizou metodologias rigorosas.

No entanto, é importante observar que a percepção de status está fortemente ligada à marca e ao preço premium associado aos produtos Apple, mesmo que existam dispositivos Android igualmente caros e, por vezes, tecnicamente superiores. Além disso, a Apple conquistou espaço no imaginário popular, e seus produtos são frequentemente considerados símbolos de sucesso.

A estratégia de premium da Apple é altamente lucrativa. Dos 8 bilhões de habitantes no mundo, 5 bilhões usam serviços móveis, e a Apple já vendeu 2 bilhões de iPhones, tornando-o sua principal fonte de receita. Em 2021, a empresa arrecadou quase R$ 192 bilhões somente com iPhones, mais da metade de sua receita total com produtos.

No Brasil são vendidos os iPhones mais caros do mundo

No entanto, no Brasil, os iPhones têm os preços mais elevados do mundo devido aos impostos e à variação cambial. Mesmo com um salário mínimo, um brasileiro precisa trabalhar 14 meses para comprar um iPhone, enquanto um australiano, por exemplo, precisa de apenas 12 dias com o salário mínimo local. Apesar disso, 14% dos celulares vendidos no Brasil são iPhones, demonstrando a fidelidade do público.

Ter um iPhone tornou-se uma prioridade para muitos, mesmo que isso envolva sacrifícios financeiros, como deixar de comprar itens de necessidade básica ou vender pertences para adquirir o dispositivo. Possuir um iPhone não é apenas uma questão de funcionalidade, mas também uma maneira de alcançar um status social diferenciado, semelhante a outros produtos premium. Um estudo da Universidade Federal de Minas Gerais ressalta o consumo de iPhones entre indivíduos de baixa renda no Brasil, destacando como ter um iPhone pode ser um símbolo de ascensão social.

Em resumo, o iPhone, ao longo dos anos, conquistou uma base de fãs apaixonados e se tornou um símbolo de status devido a uma combinação de inovação tecnológica, estratégia de marketing eficaz e percepção de exclusividade. Mesmo diante de desafios financeiros, muitos estão dispostos a fazer sacrifícios para possuir esse icônico dispositivo da Apple.

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