PF prende suspeitos de aplicar golpe de R$ 500 milhões com Bitcoin e esmeraldas
Captação de investimentos em Bitcoin
Nesta terça-feira (05), a Polícia Federal (PF) realizou uma operação com o objetivo de desmantelar uma organização criminosa envolvida na captação de investimentos em Bitcoin, prometendo lucros substanciais com a comercialização de esmeraldas.
Durante a operação, agentes da PF efetuaram a prisão de três suspeitos e indiciaram outras cinco pessoas por crimes que incluem associação criminosa, lavagem de dinheiro, estelionato e infrações relacionadas ao sistema financeiro nacional e à economia popular. As penas associadas a esses crimes podem resultar em condenações de até 30 anos de prisão no Brasil.
A empresa
A empresa, com sede em Balneário Camboriú, Santa Catarina, afirmava atuar na extração de pedras preciosas em suas comunicações com investidores. No entanto, de acordo com as investigações, a organização criminosa captava investimentos em Bitcoin de diversos países e deixou um prejuízo estimado em US$ 100 milhões, equivalente a cerca de R$ 500 milhões. A PF alega que a organização nunca efetuou os pagamentos prometidos.
Operação Lanterna Verde mira golpe com Bitcoin
A Operação Lanterna Verde visou combater essa fraude envolvendo Bitcoin. Durante a operação, os agentes da PF cumpriram três mandados de prisão preventiva e 11 mandados de busca e apreensão. As ações ocorreram em várias localidades, incluindo os municípios catarinenses de Balneário Camboriú, Itajaí, Itapema, Ilhota, bem como nas cidades de Farroupilha/RS e Paraíso do Tocantins/TO. As medidas judiciais foram emitidas pela 1ª Vara Federal de Itajaí/SC, que também determinou o bloqueio e o sequestro de bens dos investigados. No entanto, a PF não divulgou o valor total bloqueado, seja em dinheiro ou em Bitcoin.
Segundo as investigações, o grupo alvo da operação utilizava vídeos para simular operações falsas da empresa, inclusive com a criação de bancos digitais fictícios.
“Para aumentar a credibilidade do falso investimento, a organização criminosa convidava pessoas famosas na mídia para visitar o Brasil, onde participavam de eventos, recebiam prêmios valiosos e eram apresentadas às supostas operações de mineração e lapidação de pedras preciosas”, declarou a PF em comunicado oficial.
Até o momento, as investigações identificaram aproximadamente 2.500 vítimas diretas, provenientes de pelo menos 18 países, com foco principalmente nas regiões da América do Sul e Central, incluindo o Brasil. Estima-se que o golpe envolvendo Bitcoin e esmeraldas tenha prejudicado cerca de 25 mil pessoas no total.